Friday, November 24, 2006
Monday, November 20, 2006
Elvira's Bistrot: Outubro 2006
Porque é bom reinventar...claro está sempre com o cuidado de ter pequenos prazeres saudáveis...
Porque é bom reinventar...claro está sempre com o cuidado de ter pequenos prazeres saudáveis...
Sunday, November 19, 2006
Saturday, November 18, 2006
Os Amigos
Oa amigos amei
despido de ternura
fatigada;
uns iam, outros vinham;
a nenhum perguntava
porque partia;
porque ficava;
era pouco o que tinha,
pouco o que dava,
mas também só queria
partilhar
a sede de alegria -
por mais amarga.
Eugénio de Andrade.
Oa amigos amei
despido de ternura
fatigada;
uns iam, outros vinham;
a nenhum perguntava
porque partia;
porque ficava;
era pouco o que tinha,
pouco o que dava,
mas também só queria
partilhar
a sede de alegria -
por mais amarga.
Eugénio de Andrade.
O coração é linha transversal da dor
Triângulo imperfeito de frágeis desejos, amor e ímpetos carnais
Paixão, calor e entrega
renovam-se em circulares afeições
Espiral de sublimes inquietações
Quadratura da inveja
Poente vertical
Amor, morte, espuma
nudez e ternura
sob propriedade horizontal
Expressão dura
Impressão pura
Tuesday, November 14, 2006
Como é dolorosa a morte do pai natal...mais dolora é ainda a descrença de que as pessoas hajem de acordo com o Bem, essa morte muito mais recente, pode levar anos a perceber mas uma vez instalada, nem calor, nem perfumes, nem afecto...
E de tudo isso eu me recordo dos momentos de infância e torno presente a cada ano...o cheiro a canela, as vozes que soam e acompanham o estalar da madeira, a música de fundo,um céu gélido e estrelado.
Devo admitir que em noites de Natal sempre olho para o céu mas em matéria de desilusões terrenas é mais fácil não olhar para trás...não ter ilusão.
Sunday, November 12, 2006
Foi de repente que a mente viajou para um outro lado, do lado de lá da janela reflexa, numa casa de ninguém.
Imaginei-me percorrendo espaços impessoais, sorvendo dos objectos,subtilmente eleitos por uma outra concepção de beleza...e era como se todos eles fossem já parte de uma estranha nómada.
Na sala, no quarto os passos fluem cegamente e incorporam a rotina: a porta do armário que crava,a nuvem que passa e sorve a luz, a chave na porta, a janela que filtra um poente distante,agora revisitado.
Solto o apego do possesivo Ter e de novo me invado do Ser que sei ser Meu.
Afinal, dou-me conta de que, nesta mesma hora, o fogo da tarde, que num segundo te abandona, alegremente persiste do lado de cá da rua e pede-me que fique para que anuncie o seu fim.
Saturday, November 11, 2006
Sombras desnudas
Traçadas no alvo abat jour
Luar fragmentado
Sobre a mesa
As hidranjas
em azul estrelado
preenchem o silêncio
inundam parte
de um eu mais habitado
de púrpura e marfim
num ângulo recôndito da sala
Lugar perdido
aquele que encontro em mim
Amplia-se
a imagem de ti
Em plenitude
os sentidos em una metamorfose
À semi luz
o amor acontece
contra a janela iluminada
despojado de pudor
até que sejamos
as flores,
os frutos
Tudo. Nada.
Os sonhos de uma noite anunciada difundem-se no vapor do chá arfante, tranquilo sobre o chão.
A lareira inflama, que as noites acendem em mim o vislumbre gélido da solidão.
Desligo o telefone.O gato é já o fiel guardião do seu imperturbável caminhar.
Nem riso...nem choro, apenas um momento de quietude.
O estalar da madeira indiferente à cadência dos ponteiros do relógio ilumina o meu olhar perdido nas chamas e distrai-me de memórias inconvenientemente prementes.
O corpo ainda húmido inspira um estado sensual.
A luz ténue da fogueira desenha sombras nas coxas despidas recriando fragmentos de um ímpeto das tuas mãos. Na vertigem do peito exposto imprime-se a chama como que sobras chinesas recriando paixões arrebatadoras, gestos sublimes e melodiosos orquestrados pelo batimento cardíaco em excitação.
De repente tornas-te mais presente e eu já estou em ti, contigo...despojada de mim...
Um mergulho final no sonho. Deito o corpo cansado de te rever, recriar e te antever...e sou toda Noite, Luar e Inverno.
O fogo desvanece e me adormece.
Bates-me à porta.
Friday, November 10, 2006
Inconvenientes amarguras de boca: a amizade impressionística e outros cinismos inflamáveis
Da amizade nasce a discórdia. Ser-se sincero é verdade inconveniente e nem sempre abraçada por climas de amizade incondicional e compassivas.
Dou-me conta da superficialidade das amizades que acontecem em encontros sociais cujo principal objectivo é o escárnio sobre o alheio, competir por tonalidades da madeixa, tamanho de mamas e últimas da Prada. Jantaradas sim mas sem desvios de futilidade.
A amizade não se afirma nem infirma pelo contacto fácil e é permeável a comentários espontâneos cujo único fim seria um breve derrame de alegria.
Creio que a amizade está a perfeição, como a caipirinha para a amarguinha. É agridoce e quando cai em grande, verdadeiramente cai mal.
Tuesday, November 07, 2006
A busca incessante de sensações excitantes extraconjugais acontecem na Sic com "Jura"...porno light a rossar o horário nobre...com laivos de teatralidade. Ora, os Monólogos da Vagina dão lugar a um momento sordidamente estranho...Fernando fala com a pichota...telecomandada telepaticamente e estranhamente submissa à palavra de ordem: "Calma Ferreira!"...e o bicho aninha...esgueira por dentro do sloggy e ...eis uma grande momento televisivo...com Fernando vigorosamente coçando o caralho, arranca o pentalho comichoso e sem dó nem piedade retira o serum com o dedo mindinho...Bárbara, Letícia, a esposa, a amante e Kiko (o filho da Puta Simone)exibem 2 minutos de pura nudez em homenagem às audiências e Fernando faz amizade com Carlos Cruz, estrela convidada, deixando o final em aberto.Momentos de rara beleza.
Monday, November 06, 2006