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Sunday, November 12, 2006
Invasão

Foi de repente que a mente viajou para um outro lado, do lado de lá da janela reflexa, numa casa de ninguém.
Imaginei-me percorrendo espaços impessoais, sorvendo dos objectos,subtilmente eleitos por uma outra concepção de beleza...e era como se todos eles fossem já parte de uma estranha nómada.
Na sala, no quarto os passos fluem cegamente e incorporam a rotina: a porta do armário que crava,a nuvem que passa e sorve a luz, a chave na porta, a janela que filtra um poente distante,agora revisitado.
Solto o apego do possesivo Ter e de novo me invado do Ser que sei ser Meu.
Afinal, dou-me conta de que, nesta mesma hora, o fogo da tarde, que num segundo te abandona, alegremente persiste do lado de cá da rua e pede-me que fique para que anuncie o seu fim.


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